Protecionismo Comercial no Brasil: BNDES Anuncia Medidas para Enfrentar Tendências Globais

Presidente do BNDES destaca a necessidade de proteção comercial diante de políticas protecionistas adotadas por países desenvolvidos

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloísio Mercadante, enfatizou a importância das políticas de proteção comercial e da expansão do crédito público em uma reunião do grupo empresarial B20, vinculado ao G20, cuja presidência é exercida pelo Brasil até o final de 2024. Mercadante provocou empresários ao apontar que países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos, Europa e China, têm adotado políticas protecionistas intensas, como o fornecimento de crédito subsidiado para a indústria. Ele destacou que os países em desenvolvimento, reunidos na dimensão geopolítica do Sul Global, estão sendo compelidos a adotar medidas de proteção para enfrentar as investidas dos mais ricos e proteger seus setores produtivos.

Desafios Globais e Resposta Necessária do Brasil

Mercadante apontou que após a crise da COVID-19, 71% das medidas de comércio exterior no mundo têm impacto negativo no comércio multilateral. Em um contexto no qual os países mais ricos recorrem ao protecionismo, o Brasil, segundo Mercadante, é forçado a fazer uso de suas políticas de proteção comercial para evitar a desindustrialização do Sul Global. Ele ressaltou que o Brasil precisa reverter as políticas de livre-comércio, retirada de subsídios e consenso de Washington, que, segundo ele, contribuíram para a redução da participação da indústria no PIB brasileiro de 30% nos anos 1980 para 15% atualmente.

BNDES e a Expansão do Crédito Público

O presidente do BNDES afirmou que o crédito concedido pelo banco cresceu 32% no primeiro ano do governo Lula e continuará a ser ampliado nos próximos anos. Ele enfatizou que o BNDES responderá por R$ 250 bilhões dos R$ 300 bilhões destinados ao fomento da indústria nacional até 2026, conforme anunciado pelo governo federal. Mercadante citou o exemplo bem-sucedido do agronegócio, que recebe subsídios por meio do Plano Safra, e defendeu um esforço semelhante para impulsionar a indústria nacional.

Brasil: Segundo País que Mais Tributa Empresas Globalmente

Em um cenário paralelo, o Brasil destaca-se como o segundo país que mais tributa empresas globalmente, de acordo com um levantamento realizado pela plataforma CupomValido com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com uma alíquota média de 34%, as empresas brasileiras pagam 70% a mais do que a média mundial. A pesquisa revela que o Brasil fica atrás apenas de Malta nesse ranking. Essa elevada carga tributária no Brasil está consideravelmente acima da média de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e Reino Unido.

Confira os 10 países com mais impostos

1º  Malta

2º Brasil

3º Namíbia

4º Portugal

5º Colômbia

6º Argentina

7º Austrália

8º República do Congo

9º Costa Rica

10º Gabão

Desafios e Perspectivas para a Economia Brasileira

A conjuntura de elevada tributação e a busca por políticas de proteção comercial no Brasil reflete os desafios enfrentados pela economia do país. O BNDES, ao anunciar medidas para impulsionar a indústria, destaca a necessidade de enfrentar as tendências globais e proteger setores estratégicos da economia. No entanto, a discussão em torno dessas políticas levanta debates sobre os impactos a longo prazo, a eficácia das medidas e os possíveis efeitos no comércio internacional. O contexto tributário, por sua vez, coloca o Brasil em posição destacada globalmente, com implicações significativas para as empresas que operam no país.

Este artigo explora a complexidade das políticas econômicas adotadas pelo Brasil em um cenário de protecionismo global e elevada tributação, destacando os desafios e as perspectivas para a economia brasileira.

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