Marketplaces detêm quase 80% das vendas online no Brasil

No cenário do comércio online no Brasil, uma revolução silenciosa está em curso, e ela atende pelo nome de “marketplace”. Essa tendência tem sido um dos principais impulsionadores do crescimento explosivo do e-commerce no país.

De acordo com um estudo recente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), os marketplaces estão assumindo o centro do palco, redefinindo como os consumidores compram e vendem produtos online.

 

A Ascensão dos Marketplaces no Brasil

O comércio online no Brasil tem experimentado um crescimento notável, especialmente após os desafios impostos pela pandemia. No entanto, é o fenômeno dos marketplaces que está rapidamente se tornando o ponto focal dessa evolução. Esses espaços virtuais, onde diversos vendedores podem oferecer seus produtos em uma única plataforma, estão conquistando os consumidores de forma notável.
 
Os números falam por si. Segundo o estudo da SBVC, os cinco maiores marketplaces – Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza, Via e Amazon – foram responsáveis por quase 80% das vendas do comércio online brasileiro no ano passado. Em conjunto, essas gigantes do varejo digital geraram um faturamento impressionante de R$ 203,4 bilhões. Esse montante, que inclui vendas tanto de estoques próprios quanto de terceiros, representou 78% do total do e-commerce do país.
 

O Impacto da Pandemia

A pandemia acelerou a adoção de plataformas online, e os marketplaces souberam aproveitar essa oportunidade. Mesmo em um ano onde o crescimento do e-commerce foi menos expressivo em comparação ao varejo tradicional, os marketplaces não apenas mantiveram seu ritmo, mas continuaram a prosperar.
 
Alberto Serrentino, vice-presidente da SBVC, destaca que essas grandes plataformas tiveram um crescimento constante durante a pandemia e não pararam de expandir, mesmo quando o setor em geral apresentou um crescimento mais moderado.
 

Os Números por Trás do Domínio dos Marketplaces

O Mercado Livre, líder nesse segmento e de origem argentina, liderou o grupo ao atingir um faturamento de R$ 80,5 bilhões no último ano. Na sequência estão Americanas (R$ 44,3 bilhões), Magazine Luiza (R$ 43,3 bilhões), Via (R$ 20,5 bilhões) e Amazon (R$ 14,6 bilhões).

É importante notar que os dados das Americanas são anteriores à crise que a empresa enfrentou em janeiro deste ano, relacionada a inconsistências contábeis.

 

Digitalização e Diversificação dos Canais de Venda

Um dos pilares desse domínio dos marketplaces é a rápida digitalização do setor de varejo no Brasil. Entre as 300 maiores varejistas, impressionantes 74% já estão operando online.

Essa estatística é ainda mais impressionante quando excluímos as empresas focadas em produtos alimentícios, aumentando para 91%. Isso evidencia a importância crescente do ambiente online no varejo nacional.

 
Além disso, a diversificação dos canais de venda é outro fator crucial. O estudo mostra que 39% das varejistas online já adotaram o WhatsApp como plataforma de vendas.

Quando excluímos o segmento de alimentos, essa porcentagem sobe para 57%. Um destaque notável é o setor de materiais de construção, onde 70% das varejistas exploram o comércio por meio do aplicativo de mensagens.

 

O Futuro do Varejo Brasileiro

O domínio dos marketplaces no varejo brasileiro não é apenas uma tendência passageira, mas sim um indicador sólido do novo paradigma do comércio online.

A capacidade dessas plataformas em reunir diversos vendedores em um único espaço oferece conveniência e variedade aos consumidores, tornando-se um fator determinante em suas decisões de compra.

 
Com a digitalização em alta e a diversificação dos canais de venda, é seguro afirmar que os marketplaces continuarão a moldar a forma como compramos e vendemos no Brasil.

O desafio para as empresas tradicionais do varejo é encontrar maneiras de se adaptar a essa nova realidade, abraçando a tecnologia e explorando as oportunidades oferecidas pelo cenário dinâmico e em constante evolução do comércio online.

O futuro do varejo brasileiro será cada vez mais marcado pelo poder dos marketplaces, uma revolução que veio para ficar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *