O Índice Zara, um levantamento anual do BTG Pactual, revelou que o Brasil figura entre os países com os preços de roupas mais elevados do mundo, apresentando um custo 3% superior ao dos Estados Unidos. Este artigo explorará as complexidades por trás desse cenário, desde os fatores que tornam o vestuário brasileiro mais caro até o impacto nas marcas internacionais e no comércio local.
O Custo de se Vestir no Brasil: A CEO da AGR Consultores, Ana Paula Tozzi, destaca que a dependência de importações para produtos de moda é uma das principais razões para o alto custo das roupas no Brasil. A abertura do mercado há mais de 20 anos resultou em uma perda de relevância para a indústria têxtil nacional, tornando o Brasil altamente dependente de materiais importados.
Impostos e Custo da Mão de Obra: Além da dependência de importações, impostos e o custo para formar mão de obra qualificada contribuem para o encarecimento final dos produtos. O varejo enfrenta uma carga tributária elevada, enquanto a escassez de profissionais qualificados exige investimentos significativos na formação de mão de obra, aumentando ainda mais os custos.
Comparação Internacional e Índice Zara: O Índice Zara revela que o Brasil está entre os países mais caros para comprar roupas, com uma diferença de 3% em relação aos preços nos Estados Unidos. O custo elevado é especialmente notável quando comparado a outros países, sendo que apenas nove nações apresentam preços mais altos que os dos EUA. A Suíça lidera o ranking, com preços 19% superiores.
Impacto nas Marcas Estrangeiras e Concorrência Local: O relatório destaca que o Brasil é um mercado desafiador para marcas estrangeiras, mencionando, no entanto, que empresas como Shopee e Shein têm adotado estratégias localizadas, testando lojas “pop-ups” e estratégias de marketing adaptadas. Isso cria uma dinâmica de competição que afeta negativamente a produção nacional, pois e-commerces internacionais enfrentam menos encargos tributários.
Índice Zara em Detalhes: O índice analisou o preço de 12 produtos da Zara em 54 países, oferecendo uma visão detalhada das disparidades globais de preços. Países como Grécia, Portugal e Espanha apresentam índices significativamente mais baixos, enquanto nações como Suíça, Arábia Saudita e Tailândia têm preços mais altos que os dos Estados Unidos.
Índice Zara: Cálculo considera a diferença de preço em comparação aos Estados Unidos.
Grécia -50%
Portugal -49%
Espanha -49%
Eslovênia -49%
Eslováquia -49%
Reino Unido -47%
Áustria -38%
Luxemburgo -38%
Itália -38%
Bélgica -38%
Holanda -37%
Irlanda -37%
Finlândia -37%
Alemanha -37%
Croácia -37%
Estônia -36%
Turquia -35%
Bulgária -33%
Hungria -33%
Romênia -32%
Chile -30%
Polônia -29%
Rep. Tcheca -27%
Suécia -23%
Índia -21%
Peru -20%
Dinamarca -17%
China -17%
Canadá -14%
Japão -13%
África do Sul -13%
Filipinas -13%
Noruega -12%
Taiwan -11%
Panamá -10%
Hong Kong -9%
Coreia do Sul -6%
Vietnã -5%
Marrocos -5%
Colômbia -2%
EUA 0,0%
Uruguai 0,0%
Singapura 3%
Israel 3%
Brasil 3%
Equador 4%
México 5%
Tailândia 7%
Arábia Saudita 9%
Suíça 19%
O Índice analisou o preço de 12 produtos da Zara em 54 países. Para fazer uma comparação ano a ano, os produtos em comparação são os mesmos das edições anteriores.
Expectativas para 2024: Diante do cenário de desaceleração, as indústrias e varejistas de moda enfrentam desafios em manter os resultados positivos. O relatório do BTG Pactual destaca o crescente debate sobre o poder de marketing das marcas e a competição com o aumento das vendas de empresas como Shein, que desafia marcas estabelecidas.
Conclusão: O Índice Zara fornece uma visão abrangente do panorama da moda no Brasil, destacando não apenas os desafios enfrentados pelas marcas estrangeiras, mas também as complexidades que influenciam os preços locais. À medida que o mercado se adapta às mudanças e desafios, o setor de moda no Brasil está destinado a uma evolução significativa, influenciando tanto as marcas globais quanto as locais.
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