Importações no E-commerce Tem Crescimento de 150% em Cinco Anos e Desafios Logísticos

Importações no E-commerce: Nos últimos anos, as importações de produtos por meio de plataformas de e-commerce estrangeiras, como Shein, AliExpress, Wish, Shopee e Amazon, têm experimentado um crescimento notável no Brasil.
 
De acordo com um relatório aduaneiro divulgado pela Receita Federal, o “cross border” (comércio com produtos de diferentes países) via e-commerce cresceu impressionantes 150% nos últimos cinco anos. Em 2022, mais de 176 milhões de volumes foram importados, incluindo itens tributáveis e isentos, como cartas e documentos.
 
Esse aumento significativo nas importações via e-commerce apresenta desafios e oportunidades tanto para os consumidores quanto para as empresas envolvidas em todo o processo logístico.
 

A Complexa Logística de Importação

 
A crescente demanda por produtos importados por meio de e-commerce exige uma infraestrutura logística robusta. As distâncias envolvidas entre a China, um dos principais países de origem das importações, e o Brasil são significativas – mais de 16 mil quilômetros.
 
Isso requer acordos de transporte de cargas eficientes para garantir que as encomendas sejam entregues aos clientes no menor tempo possível.
 
Para atender a essa demanda, as empresas estão investindo em estruturas de logística sofisticadas. Galpões gigantescos estão sendo utilizados como centros de distribuição, e parcerias com empresas de logística internacional estão sendo estabelecidas.
 
Além disso, algumas empresas estão expandindo suas frotas próprias de aviões para acelerar as entregas.
 

A Ascensão de Empresas do E-commerce e a Logística Envolvida

 
O AliExpress, por exemplo, possui uma das operações mais significativas no Brasil entre as marcas de e-commerce do gigante chinês Alibaba. Para acomodar esse crescimento, a empresa expandiu sua malha logística no Brasil.
 
Aumentou o número de voos semanais de cinco para oito em 2022, visando uma entrega mais rápida e eficiente.
 
A Shein, conhecida por suas roupas da moda, também tem apostado em uma estratégia logística abrangente no Brasil. Mesmo sem uma frota própria de aviões, a empresa está investindo em galpões logísticos para armazenamento.
 
Além disso, após anunciar a nacionalização da produção no Brasil, a Shein firmou parcerias com fábricas locais, como a Coteminas. A empresa informa que possui cinco centros de distribuição no Brasil, totalizando cerca de 200 mil metros quadrados de área de armazenamento.
 

Desafios e Oportunidades para o Setor

 
O crescimento das importações de e-commerce apresenta um cenário de oportunidades e desafios para empresas e consumidores. Por um lado, os consumidores brasileiros têm acesso a uma ampla variedade de produtos de diferentes partes do mundo a preços competitivos.
 
Por outro lado, a demanda crescente exige um sistema logístico eficiente para garantir entregas rápidas e satisfatórias.
 
Além disso, a nacionalização da produção por parte de empresas como a Shein e as mudanças nas regras de importação podem afetar o cenário de importações via e-commerce nos próximos anos.
 
A mudança para a produção local pode reduzir a dependência das importações e impactar positivamente a economia nacional.
 

A Importância da Mudança de Comportamento do Consumidor

 
Ulysses Reis, especialista em varejo da Strong Business School (SBS), destaca que o boom do e-commerce durante a pandemia está diretamente ligado à mudança de comportamento dos consumidores.
 
A conveniência, a variedade de produtos e os preços competitivos oferecidos pelas plataformas de e-commerce estrangeiras têm atraído os consumidores brasileiros.
 
No entanto, a introdução do programa “Remessa Conforme” pode trazer mudanças significativas ao setor. As regras obrigariam as varejistas a cobrar os tributos antecipadamente no momento da compra, em troca da isenção do Imposto de Importação.
 
Essa mudança visa simplificar o processo de importação e melhorar a arrecadação de impostos.
 

Conclusão

O crescimento das importações no e-commerce estrangeiro no Brasil nos últimos anos é um reflexo da mudança no comportamento dos consumidores e das oportunidades oferecidas pelas plataformas online.
 
Essa tendência impulsionou empresas como AliExpress e Shein a investir em infraestrutura logística
 
 para atender à demanda. No entanto, mudanças nas regras de importação e a nacionalização da produção podem impactar o cenário nos próximos anos.
 
Em última análise, a interseção entre a mudança de comportamento do consumidor, a logística eficiente e as políticas governamentais moldará o futuro das importações via e-commerce no Brasil.

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