Estratégias do AliExpress para Fortalecer sua Posição Competitiva no Mercado Brasileiro

O AliExpress, um portal de comércio eletrônico presente em aproximadamente 200 países, busca ampliar sua presença no cotidiano dos consumidores brasileiros. Com o Brasil figurando entre os cinco maiores mercados para essa gigante varejista digital, o marketplace chinês tem concentrado esforços na colaboração com vendedores locais e parceiros logísticos, visando reduzir o tempo de entrega dos produtos. Recentemente, o AliExpress aumentou sua frota de voos fretados de cinco para oito, com a promessa de entregar produtos internacionais em até sete dias. Briza Bueno, diretora-geral do AliExpress no Brasil, destaca que “no comércio eletrônico, a redução do tempo de entrega está diretamente ligada à maior taxa de conversão”, enfatizando que a percepção de demora de três meses para entrega de produtos vindos da China é coisa do passado.

Como parte do conglomerado chinês Alibaba, o AliExpress opera com o modelo cross-border, envolvendo transações comerciais entre diferentes países. Essa prática tem sido objeto de questionamento por parte de concorrentes locais, que alegam concorrência desleal frente aos impostos pagos pelas varejistas nacionais. No ano de 2022, várias varejistas brasileiras se uniram em uma petição para pleitear a taxação de empresas estrangeiras.

Em maio, o AliExpress se posicionou como o sexto portal de comércio eletrônico mais visitado no Brasil, superando varejistas de renome como Casas Bahia (7º) e Americanas (9º), e ficando atrás de Shopee (3º) e Shein (5º), ambas também praticantes do comércio fronteiriço, de acordo com dados da consultoria Conversion.

Recentemente, entrou em vigor o Programa de Conformidade da Receita Federal, que busca aumentar a transparência em operações desse tipo e permite que empresas estrangeiras exportem produtos de até 50 dólares para o Brasil sem pagar impostos federais. Essa medida foi novamente alvo de críticas por parte dos concorrentes locais, porém é apoiada pela executiva do AliExpress, Briza Bueno. Ela enxerga a medida como benéfica para o país, devido à sua conformidade com práticas internacionais. A empresa está avaliando a portaria e se preparando para aderir ao programa, embora sem fornecer muitos detalhes. A Receita Federal estima que a isenção tributária terá impacto de 35 bilhões de reais nas contas públicas entre 2023 e 2027.

Defendendo a nova legislação, Briza Bueno destaca os interesses dos consumidores brasileiros e o objetivo de aumentar a participação do comércio eletrônico em relação ao varejo tradicional. Ela observa que o e-commerce no Brasil ainda possui um potencial significativo de crescimento, comparado à participação já estabelecida na China, onde o e-commerce representa 50% do varejo, enquanto no Brasil é apenas 10%.

Adicionalmente, a empresa possui um memorando de entendimento com a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para auxiliar empreendedores brasileiros interessados em explorar outros mercados por meio do seu portal de vendas.

Uma das estratégias do AliExpress para impulsionar o crescimento do setor e diversificar sua gama de produtos é colaborar com parceiros logísticos que operam com fulfillment, onde produtos de vendedores da plataforma podem ser armazenados em centros logísticos. Atualmente, o AliExpress opera nesse modelo em parceria com os Correios através do serviço Correios Log+, China Now Express e Infracommerce. O foco é oferecer a melhor velocidade de entrega. A iniciativa é considerada vital para evitar ficar atrás de rivais como Mercado Livre e Amazon, que também fornecem esse serviço. A empresa reconhece também estar intensificando seus investimentos em publicidade, tendo sido uma das principais patrocinadoras do Fórum E-commerce Brasil deste ano.

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