A confiança do consumidor brasileiro sofreu uma queda significativa em fevereiro, atingindo o menor patamar em nove meses, de acordo com dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou uma redução de 1,1 ponto, alcançando 89,7 pontos, o nível mais baixo desde maio de 2023.
Essa queda no índice, observada pelo segundo mês consecutivo, foi influenciada principalmente por uma baixa de 2,3 pontos no Índice de Expectativas (IE), que chegou a 97,9 pontos. Esse declínio acentuado foi impulsionado pela percepção negativa das famílias em relação à situação financeira futura e à economia do país.
Por outro lado, houve um aumento de 1 ponto no Índice de Situação Atual (ISA), que alcançou 78,6 pontos. Esse aumento indica que, apesar das preocupações com o futuro, as famílias percebem uma situação atual um pouco mais favorável.
A economista da FGV Ibre, Anna Carolina Gouveia, destacou que, apesar dos cortes graduais na taxa de juros e do nível de endividamento, ambos ainda permanecem elevados, exercendo fortes pressões sobre a situação financeira das famílias. Essa realidade é refletida na visão pessimista dos consumidores sobre o cenário econômico futuro.
O Banco Central (BC), em uma tentativa de estimular a economia, realizou cinco cortes consecutivos na taxa básica de juros, a Selic, reduzindo-a para 11,25%. No entanto, essa taxa ainda é considerada alta e restritiva para a atividade econômica. O BC sinalizou a continuidade do processo de redução dos juros, porém destacou que o ritmo será cauteloso, considerando a necessidade de manter os juros em um patamar que não estimule a inflação.
Diante desse cenário, a confiança do consumidor é fundamental para impulsionar o consumo e, consequentemente, a recuperação econômica. No entanto, a persistência de indicadores desfavoráveis, como juros altos e endividamento elevado, representa um desafio para a retomada do otimismo entre as famílias brasileiras.
O monitoramento contínuo da confiança do consumidor é essencial para avaliar a evolução da economia e a eficácia das políticas adotadas pelo governo e pelo Banco Central. A melhoria desse indicador é crucial para o fortalecimento da demanda interna e para o impulso do crescimento econômico de forma sustentável.
Com informações de CNN.