Acordo entre Shein e Coteminas não saiu do papel desde 2023

Shein e Coteminas

O acordo entre a Shein e Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) para a produção nacional de roupas, anunciado em 2023, não saiu do papel. 

Assim sendo, apesar das expectativas e declarações de intenções para “nacionalizar” a produção, diversas questões inviabilizaram o avanço da parceria.

Contexto do Acordo

Em 2023, a Shein e a Coteminas assinaram um memorando para a confecção de peças em parceria. 

Nesse sentido, o documento previa que 2 mil clientes confeccionistas da Coteminas se tornariam fornecedores da gigante asiática de moda para atender o mercado brasileiro e latino-americano. 

No entanto, esse acordo não saiu do papel.

Mudanças nos Termos do Acordo

Segundo o jornal “Valor Econômico”, após o anúncio da parceria, a Shein alterou os termos do contrato, o que inviabilizou as vendas.

Dessa forma, entre as mudanças estavam a redução do prazo de entrega das peças de 60 para 30 dias e a transferência dos custos da matéria-prima e da logística de entrega para os fabricantes. 

Ou seja, essas alterações dificultaram a viabilidade do acordo.

Desafios Enfrentados pelas Empresas

Problemas na Coteminas

Com R$ 1,1 bilhão em dívidas, a Coteminas entrou com pedido de recuperação judicial em maio de 2024.

Nesse sentido, a empresa enfrentou problemas com as etapas de lavação e acabamento final das peças.

O que também contribuiu para que o acordo não saísse do papel. 

Além disso, a Coteminas afirmou que, uma vez superados os problemas financeiros, voltará a se esforçar para desenvolver e fornecer itens para a Shein.

Impacto no Estado do Rio Grande do Norte

O Estado do Rio Grande do Norte, onde a Coteminas está localizada, também enfrentou desafios com a necessidade de empresas locais para fabricação de itens como zíperes e botões.

Assim, esses itens, que são importados da China, elevando os custos finais das peças. 

Além disso, isso também contribuiu para que o acordo não saísse do papel.

Anúncio e Expectativas

Em abril do ano passado, Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e proprietário da Coteminas, participou de uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes da Shein. 

No encontro, a Shein se comprometeu a nacionalizar 85% de suas vendas em quatro anos.

Ccom produtos feitos no Brasil, e anunciou investimentos de cerca de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro para gerar até 100 mil empregos indiretos nos próximos três anos.

Recuperação Judicial da Coteminas

Situação Financeira

A Coteminas e suas controladas, incluindo a Ammo Varejo e a Springs Global, estão em processo de recuperação judicial devido a uma dívida líquida de R$ 1,1 bilhão.

 Ou seja, a empresa tem enfrentado dificuldades financeiras nos últimos anos, com aumento de juros e queda de receitas. Em 2023, o prejuízo foi de R$ 759 milhões.

Leia também: Como vender na Shein? [2024]

Credores Envolvidos

A dívida da Coteminas envolve mais de 15 bancos credores, incluindo grandes instituições como Banco do Brasil, Bradesco e BTG, além de menores como Sofisa, Pine e ABC Brasil. 

A lista de credores foi divulgada no balanço público do primeiro trimestre de 2023.

Conclusão

O acordo entre a Shein e a Coteminas, que prometia fortalecer a produção nacional de roupas e gerar milhares de empregos, não saiu do papel devido a mudanças nos termos do contrato e desafios financeiros e operacionais enfrentados pela Coteminas. 

A Shein continua comprometida com a produção local, aguardando que a Coteminas supere seus problemas internos para retomar a parceria.

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