A gigante chinesa do comércio eletrônico Shein confirmou o aumento significativo dos preços de seus produtos nos Estados Unidos, em resposta direta às novas tarifas de importação impostas pelo governo Trump.
Segundo reportagem da Bloomberg, a empresa iniciou a elevação de preços no último dia 25 de abril, atingindo várias categorias de produtos, como moda feminina, casa e cozinha, brinquedos, beleza e saúde.
A decisão da Shein ocorre em meio à eliminação acelerada das isenções “de minimis”, que até então permitiam a entrada de produtos de até US$ 800 sem pagamento de impostos adicionais.
Quais produtos tiveram os maiores aumentos de preços?
De acordo com a Bloomberg:
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O preço médio dos 100 principais itens de vestuário feminino aumentou 8% nos EUA.
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Produtos de saúde e beleza sofreram um impacto ainda maior, com um salto médio de 51%.
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Alguns itens específicos registraram aumentos extraordinários:
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Kit de 10 toalhas de cozinha: +377%
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Ferramenta de desfiar carne: +152%
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Esses números mostram que o aumento de custos não é pontual, mas sim amplo e agressivo, atingindo diversas linhas de produtos essenciais para o consumidor norte-americano.
Por que a Shein aumentou os preços?
A própria Shein explicou em seu site que as mudanças foram inevitáveis:
“Devido às recentes mudanças nas regras e tarifas comerciais globais, nossas despesas operacionais aumentaram. Para continuar oferecendo os produtos que você adora sem comprometer a qualidade, faremos ajustes de preços a partir de 25 de abril de 2025.”
Esse comunicado foi publicado antes mesmo da aplicação oficial das novas tarifas, antecipando a pressão de custos que já estava sendo sentida nos bastidores.
Entenda a guerra comercial: o fim das isenções “de minimis”
A principal mudança que afetou a Shein (e outras plataformas chinesas) foi a decisão do governo americano de acabar com as isenções “de minimis” para produtos importados da China e de Hong Kong.
O novo decreto determina que:
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Produtos com valor inferior a US$ 800 passarão a ser tarifados.
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A tarifa poderá chegar a 120% imediatamente, com taxas fixas iniciais de US$ 100 por item, aumentando mensalmente.
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As novas regras entram em vigor no dia 2 de maio de 2025.
Esse movimento é parte de uma escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China, com as tarifas norte-americanas subindo para 145% em alguns produtos. A China, por sua vez, retaliou elevando suas próprias tarifas para 125%.
O que esperar do futuro das compras internacionais?
O aumento de preços da Shein é apenas o começo de uma transformação maior nas compras internacionais:
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Compras baratas diretamente da China podem se tornar cada vez menos acessíveis para os americanos.
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Startups de e-commerce e marcas locais nos EUA podem se beneficiar, pois a concorrência de preço com gigantes chinesas será reduzida.
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Consumidores americanos sentirão o impacto no bolso, principalmente em categorias como roupas, acessórios, itens de casa e cosméticos.
Para vendedores de marketplace, logistas e empreendedores globais, esse cenário exige adaptação rápida: estratégias de preço, diversificação de fornecedores e otimização logística serão mais importantes do que nunca.
A alta de preços da Shein nos Estados Unidos é mais do que uma simples resposta a tarifas — é um sinal claro das mudanças profundas que o comércio global está enfrentando em 2025.
Empreendedores que vendem para os EUA, ou que atuam no mercado de importação e exportação, precisam estar atentos às novas regras e tendências para proteger suas margens de lucro e manter a competitividade.
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