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Nova taxação: como as varejistas nacionais podem lucrar com as comprinhas internacionais?

varejistas nacionais

Em uma decisão recente, um acordo entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resultou na implementação de uma taxação de 20% de imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50. Esta medida, aprovada no projeto de lei que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), está agora encaminhada para o Senado. Assim sendo, favorecendo as varejistas nacionais.

Contexto da Decisão

A nova alíquota representa um meio-termo em comparação com a proposta inicial de uma taxação de 60% sobre mercadorias importadas de valor até US$ 50.

Dessa forma, esse ajuste é visto como uma resposta às demandas do setor varejista nacional, que enfrentava uma concorrência desleal devido à isenção de impostos concedida às empresas estrangeiras.

Assim sendo, o setor argumentava que a isenção criava uma desvantagem significativa, já que os varejistas locais pagavam 17% de ICMS sobre e-commerce internacional.

Ecommerce Estrangeiro e a Nova Realidade Tributária

A Necessidade de Equilíbrio Competitivo

A introdução de uma taxa de 20% sobre as compras internacionais é uma tentativa de nivelar o campo de jogo entre os varejistas nacionais e as gigantes asiáticas como Shein e Shopee.

Ou seja, a medida busca corrigir o desequilíbrio competitivo causado pela isenção anterior, que beneficiava os e-commerces internacionais, permitindo-lhes oferecer preços mais baixos que os praticados no mercado brasileiro.

Reações do Setor

Varejistas Nacionais

Varejistas locais, como Lojas Renner, Guararapes e C&A, recebem a medida com otimismo cauteloso.

Embora a alíquota de 20% esteja abaixo dos 60% desejados, ela ainda representa um avanço significativo em termos de competitividade.

Nesse sentido, segundo analistas do Bradesco BBI, a implementação dessa taxação deve proporcionar um alívio competitivo após meses de desvantagem fiscal.

Gigantes do E-commerce Estrangeiro

Por outro lado, empresas como Shein, Shopee, AliExpress, Mercado Livre e Amazon, que aderiram ao programa Remessa Conforme, terão que ajustar suas estratégias de preço e marketing para continuar competitivas.

Ou seja, a nova alíquota de 20%, somada aos 17% de ICMS, coloca uma pressão adicional sobre esses players.

Impactos no Consumidor Brasileiro

Aumento de Preços e Mudanças de Hábitos

Para os consumidores, a principal mudança será o aumento nos preços das compras internacionais de até US$ 50.

Com a nova taxação, o custo total dessas compras será significativamente mais alto, o que pode levar a uma redução no volume de importações pessoais e um aumento na procura por produtos oferecidos por varejistas locais.

Benefícios para a Economia Local

Essa medida também pode ter um efeito positivo na economia local,

incentivando os consumidores a optarem por produtos de empresas brasileiras, o que pode gerar mais empregos e fortalecer o setor de varejo nacional.

O Futuro do Ecommerce no Brasil

Adaptação das Empresas Estrangeiras

As empresas estrangeiras precisarão adaptar suas operações e estratégias para manter a competitividade no mercado brasileiro. Investimentos em marketing, ajustes nos preços e a busca por novas formas de atrair consumidores serão cruciais.

Expansão da Temu no Brasil

A chegada da Temu ao Brasil também marca uma nova fase no cenário do ecommerce.

Com um modelo de expansão agressivo, a plataforma deve enfrentar os mesmos desafios impostos pela nova taxação, mas também pode capitalizar oportunidades únicas, como a captação de vendedores locais e a adaptação às preferências do consumidor brasileiro.

Considerações Finais

A implementação da nova taxa de importação é um passo significativo na busca por um equilíbrio competitivo entre os varejistas nacionais e as gigantes do ecommerce estrangeiro.

Embora a medida traga desafios, ela também apresenta oportunidades para fortalecer a economia local e promover um mercado mais justo.

O impacto dessa decisão será observado de perto, tanto pelos players do mercado quanto pelos consumidores,

à medida que o cenário do comércio eletrônico no Brasil continua a evoluir.

A aprovação da nova taxação marca um capítulo importante na história do e-commerce no Brasil, trazendo à tona questões de competitividade, economia local e a dinâmica de consumo no país.

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