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Magazine Luiza (MGLU3) Registra Prejuízo Ampliado de 124% em Relação ao Ano Anterior, Apesar do Avanço nas Vendas Digitais

O Magazine Luiza, uma das gigantes do varejo brasileiro, divulgou recentemente seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2023, revelando um cenário de desafios e oportunidades.

Embora as vendas digitais tenham apresentado um crescimento notável de 7%, alcançando R$10,7 bilhões, o prejuízo líquido da empresa aumentou em alarmantes 124%, atingindo um montante de R$302 milhões em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Neste artigo, exploraremos em detalhes os números apresentados pelo Magazine Luiza, suas estratégias e os fatores que impactaram seus resultados.

 

Prejuízo Aumentado e Queda no Ebitda

 
Um dos pontos de destaque nos resultados divulgados foi o prejuízo líquido da empresa, que cresceu expressivamente. A cifra de R$302 milhões representa um aumento de 124% em relação ao prejuízo registrado no mesmo trimestre do ano passado. Além disso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve uma queda significativa de 38%, atingindo R$284 milhões.
 

Impacto da Tributação e Marketplace

 
O diretor financeiro (CFO) do Magazine Luiza, Roberto Belissimo, destacou que, apesar dos desafios ligados à tributação e às mudanças no cenário fiscal, a evolução do marketplace foi um fator positivo. O marketplace, uma plataforma virtual que permite a lojistas parceiros venderem seus produtos enquanto a empresa cobra uma taxa sobre as vendas, compensou parte dos efeitos negativos e contribuiu para a evolução da margem bruta da empresa.
 
Contudo, Belissimo apontou que o repasse total desses efeitos ainda não foi realizado, o que contribui para a explicação da queda no Ebitda. Ele também destacou a influência do retorno do DIFAL (diferencial de alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que afetou as mercadorias vendidas, resultando em um aumento do imposto pago pelas empresas de e-commerce.
 

Estratégia de Equilíbrio e Crescimento

 
Belissimo enfatizou que a empresa continuará buscando equilibrar o crescimento das vendas enquanto lida com os desafios tributários. Ele considera a questão tributária uma tendência temporária, em contraste com a evolução contínua do marketplace. Ainda assim, a adaptação aos desafios fiscais é crucial para garantir uma operação eficaz e lucrativa.
 
## Margem Bruta e Impactos nos Resultados
 
A margem bruta do segundo trimestre foi de 28,8%, registrando um aumento modesto de 0,2 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em contrapartida, a margem Ebitda sofreu uma queda de 2 pontos percentuais, chegando a 3,3%. A empresa ressaltou que o crescimento das vendas em conjunto com o aumento da margem de contribuição do marketplace influenciou o Ebitda ajustado, que alcançou R$439,8 milhões.
 

Desafios do Setor de E-commerce

 
A receita líquida do Magazine Luiza permaneceu praticamente estável em R$8,6 bilhões, com uma variação positiva de 0,1%. As vendas totais, englobando lojas físicas, comércio eletrônico com estoque próprio e marketplace, cresceram 5,8%, alcançando R$14,7 bilhões. Dentro desse cenário, é interessante notar que as vendas digitais da empresa avançaram 7%, totalizando R$10,7 bilhões.
 

Foco no Marketplace e Categorias Complementares

 
Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios do Magazine Luiza, destacou o foco de crescimento da empresa nas categorias complementares às suas especialidades de venda. Essa estratégia tem como alvo produtos com um tíquete médio superior a R$200, visando minimizar a exposição às forças das plataformas de produtos importados com isenção de impostos.
 
Galanternick ressaltou que a força de marcas originais tem sido um ponto central na divisão da Netshoes, e que algumas divisões de moda mais recentes estão sendo realinhadas na estratégia.
 

Conclusão

 
O cenário apresentado nos resultados do Magazine Luiza reflete a complexidade e dinâmica do setor de comércio eletrônico no Brasil. Embora tenha registrado um aumento significativo nas vendas digitais e tenha procurado contornar desafios tributários com a evolução do marketplace, a empresa enfrentou uma ampliação de seu prejuízo líquido. A estratégia de buscar equilíbrio entre crescimento e adaptação às mudanças fiscais é essencial para superar esses obstáculos e continuar avançando em um ambiente altamente competitivo e em constante evolução.
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