Segundo o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, a estatal deve colocar no ar seu marketplace ainda no primeiro semestre de 2025. A marca e o nome do site ainda não foram definidos; todavia, o presidente da companhia sinaliza que o projeto está bem avançado.
Além disso, o rombo bilionário dos Correios representa 50% do déficit de estatais em 2024, o que reforça a necessidade de novas iniciativas. Dessa forma, a criação do Correios Marketplace surge como uma estratégia para aumentar a receita e diversificar os serviços da empresa.
Parcerias com Grandes Empresas do Varejo
Segundo Fabiano, há ‘diálogos avançados’ com grandes empresas do varejo que, dessa forma, poderão colocar seus produtos à venda na plataforma de comércio eletrônico dos Correios.
“O objetivo do nosso marketplace, do nosso site de vendas, é possibilitarmos um maior acesso à população brasileira. Hoje, no Brasil, acho que temos cerca de 25% do nosso comércio em via eletrônica. Então, a ideia é que aproveitemos a capilaridade que os Correios têm, essa grande penetração que temos na sociedade”, disse à IstoÉ Dinheiro o presidente da estatal.
Um Novo Marketplace com Entregas Exclusivas
O presidente da companhia não adiantou nenhum nome, mas explicou que o Correios Marketplace deve ter um endereço digital totalmente novo – ‘um site novo, com nome novo’. Além disso, os produtos anunciados na plataforma terão entregas feitas exclusivamente pela estatal. Com isso, os Correios serão remunerados não apenas com uma comissão nas vendas, mas também pela entrega.
No comércio eletrônico, os marketplaces são as plataformas virtuais onde diferentes vendedores, incluindo terceiros, oferecem seus produtos. O modelo, atualmente, é adotado inclusive pelas gigantes do setor, como Mercado Livre e Magazine Luiza.
“Os grandes players [empresas do varejo] também são clientes nossos. Então, entramos no mercado de uma forma muito respeitosa. Sabemos que há espaço no mercado para todas as empresas e, certamente, entramos sendo competitivos. Vamos entrar com uma marca que é muito importante: a dos Correios. Os Correios do Brasil.”
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Oportunidade para Pequenos Empreendedores
Por outro lado, a ideia é oferecer também uma vitrine para pequenos varejistas e empreendedores. “Estamos com o trabalho bem avançado e, além disso, queremos incluir também o pequeno empreendedor. As pessoas que estão empreendendo no país vão poder anunciar no site dos Correios e, assim, ter essa grande janela de visibilidade que são os Correios”, completa.
Correios e a Busca por Novas Fontes de Receita
A empresa tem investido na diversificação, segundo Fabiano, deixando de ser uma empresa limitada somente a entregas e serviços postais. Essas duas verticais devem seguir sendo as maiores fontes de receita; todavia, a empresa mira levantar recursos com outras operações, como operações logísticas – que, por sua vez, têm multiplicado de tamanho nos últimos meses, segundo relata o executivo.
O presidente da estatal admite que o ano de 2024 foi difícil e relata que a empresa quer ‘promover a transformação’.
Além disso, dados divulgados pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI) no fim de janeiro mostram que, no acumulado de 2024, o prejuízo dos Correios foi de R$ 2,13 bilhões. Esse valor, somado aos mais de R$ 830 milhões de investimentos, acarretou um déficit de R$ 3,2 bilhões. Assim sendo, a cifra representa praticamente metade do déficit das estatais, que foi de R$ 6,3 bilhões em 2024.
Conclusão
O Correios Marketplace promete ser uma nova alternativa no comércio eletrônico brasileiro, unindo grandes varejistas e pequenos empreendedores em uma plataforma com ampla capilaridade. Assim, ao aproveitar a estrutura logística da estatal, a empresa busca não apenas diversificar sua atuação, mas também se tornar uma concorrente de peso no setor de marketplaces. Com um mercado cada vez mais competitivo, a entrada dos Correios pode gerar impactos significativos no e-commerce nacional.
